Introdução ao Vidro e sua Produção
Forno de Fusão
Depois de pronta, a composição é levada ao forno, onde é fundida e transformada em vidro. Da mesma forma que a massa do bolo se transforma em bolo dentro do forno.
O forno é constituído de uma grande piscina sempre cheia de vidro fundido. De uma extremidade dessa “piscina” vai se tirando o vidro para produzir os artigos, enquanto que da outra se repõe a mesma quantidade de composição. O controle da quantidade enfornada se dá por um sistema que mede o nível do banho com grande precisão. Quando a extração está muito alta, o nível tende a baixar e o medidor informa para a enfornadeira trabalhar mais rápido. Se o nível está alto, o mesmo informa para a enfornadeira reduzir seu ritmo.
Sobre a piscina existe um espaço onde se faz a combustão do combustível que pode ser óleo, mas preferencialmente se usa gás. A chama desta combustão mantém a piscina aquecida e líquida e fornece energia para fundir a composição que está entrando e que fica boiando sobre o banho até vir a fazer parte dele.
A figura 45 mostra o corte longitudinal de um forno de fusão.
Figura 45: esquema de corte longitudinal de um forno de fusão
Os fornos de fusão empregados em vidro são regenerativos, isto é, aproveitam o calor da fumaça antes de descartá-la para aquecer o ar que, em conjunto com o gás, fará a combustão.
A Figura 46 revela corte transversal do forno mostrando as câmaras de regeneração e o sistema de funcionamento.
Existe um ventilador que capta o ar do ambiente e o injeta no forno; antes, porém, passando por uma câmara de regeneração de calor. Na entrada do forno é misturado com o combustível e gera a chama. No primeiro esquema da Figura 46 mostra-se o ar entrando pelo lado esquerdo do forno e a fumaça saindo pelo direito. A fumaça quente passa pelo regenerador do lado direito e o aquece (ao mesmo tempo em que ela se esfria) indo em seguida para o filtro e a chaminé.
Depois de 20 minutos nesta situação, corta-se o combustível e se apaga a chama. A válvula de inversão muda de posição e o ar captado pelo ventilador passa a entrar pelo lado direito. A câmara de regeneração do lado direito está bem aquecida, pois recebeu fumaça quente por vinte minutos, e então o ar se aquece antes de entrar no forno recuperando parte da energia que seria perdida pela fumaça.
Em seguida, abre-se o combustível do lado direito, a combustão reinicia e a fumaça quente passa a aquecer a câmara esquerda, que agora está fria, pois recebeu ar da atmosfera pelos últimos vinte minutos.
A cada vinte minutos, este processo se repete.
Figura 46: Sistema de regeneração dos fornos de fusão
A foto da figura 47 mostra o interior do forno de fusão. No momento está queimando do lado esquerdo e a fumaça saindo pelo lado oposto. A superfície do banho é espelhada e podemos notar as imagens refletidas na mesma.
Figura 47: Vista do interior de um forno de fusão.